TRAVESSIA DOS AQUEDUTOS (REALENGO x CATONHO: via PEDRA DO OSSO, JESUS VEM e PEDRA RACHADA)
O FOME DE TRILHA realizou em 23/10/2016 a TRAVESSIA DOS AQUEDUTOS (REALENGO x CATONHO, via PEDRA DO OSSO / PEDRA JESUS VEM / PEDRA RACHADA), com Verinha Cario e Alan Gerarde (apoio). O grupo composto por 26 integrantes* reuniram-se na entrada do no Setor Piraquara do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), no final da rua do Governo em Realengo, Rio de Janeiro (RJ), passando pelo Aqueduto do Piraquara, Pedra do Osso, Pedra Jesus Vem, Pedra Rachada, Mirante da Torre (Serra do Engenho Velho), Aqueduto do Catonho, terminando então na Estrada do Catonho, em Jardim Sulacap, Rio de Janeiro (RJ). O trajeto teve 13,86 km percorridos em 9h18.
Registro da travessia via GPS no Wikiloc:
Apesar da caminhada ter iniciado na portaria do parque, todo o grupo se reuniu antes da subida do Aqueduto do Piraquara, onde fica a sede do Setor Piraquara, para as informações de praxe (trajeto, normas de segurança, os cuidados ao atravessar ambiente selvagem e etc), e por volta das 09:50, o grupo partiu dali, caminhando por cima do Aqueduto do Piraquara. De cima deste aqueduto, já era possível se vislumbrar com a paisagem ao local, desde a vista panorâmica de todo o bairro de Realengo e adjacências até a Serra do Barata, onde já era possível avistar as Pedras Jesus Vem e do Osso e vários blocos de pedras ao redor, além também de poder avistar mais longe, a Pedra Rachada.
Grupo reunido na entrada do Parque Estadual da Pedra Branca (Setor Piraquara), em Realengo, Rio de Janeiro (RJ)
Entrada do Parque Estadual da Pedra Branca (Setor Piraquara), em Realengo, Rio de Janeiro (RJ)
Passando por baixo do primeiro aqueduto (Aqueduto do Piraquara)
Vista do alto do Aqueduto do Piraquara
Aqueduto do Piraquara
Após a travessia do primeiro aqueduto (o segundo reservado a parte final da travessia), todo o grupo seguiu por trilha, em direção a Pedra do Osso, que seria a primeira parada. No percurso, o grupo avistou algumas mudas de plantas embrulhadas ainda em saco plásticos, que seriam utilizadas pela Petrobrás para reflorestamento da região, e que infelizmente, com o projeto de reflorestamento abandonado, as mudas estão no mesmo local, largadas e se desmanchando com o tempo... O trecho inicial da trilha até o Sítio do Falcão é subida forte, bem demarcada e sinalizada pela Trilha Transcarioca, e quase todo esse trajeto é feito em área descampada, o que pode tornar o caminho difícil devido a alta exposição ao sol, mas felizmente , o tempo estava nublado porém sem chuva, o que favoreceu bastante todo o grupo neste quesito.
Após 1,5 km de trilha, o grupo chegou ao Sítio do Falcão, localizada dentro de um fragmento de mata e serve de ponto de parada e abastecimento para quem passa pelo local. Como este local é caminho de ida quanto de volta para quem se direciona ao Circuito da Pedra Jesus Vem, o grupo decidiu deixar suas mochilas no sítio, junto com o proprietário do mesmo, pois teriam que retornar ao mesmo local para seguir para outros locais, e seguiram rumo a Pedra do Osso, alguns carregando apenas garrafas d'agua. A partir daí, a trilha toda segue por caminho descampado, proporcionando um visual bonito de toda a região do Setor Piraquara do PEPB e o bairro de Realengo. O grupo encontrou em todo o percurso, um matagal baixo e verde, se recuperando de suas últimas queimadas que ocorreram neste local (o FOME DE TRILHA em seu evento realizado em 06/08/2016, desta mesma travessia em sentido inverso, onde o grupo encontrou uma extensa área de matagal queimado), entretanto, foi preciso atenção ao caminhar, para não sair da trilha demarcada.
Subindo em direção a Pedra do Osso/Jesus Vem
Subindo em direção a Pedra do Osso/Jesus Vem
Mais a frente, o grupo seguiu a esquerda e tiveram que encarar uma "meia escalaminhada" para se chegar a uma base rochosa, onde equilibrada nesta base, estava a Pedra do Osso. Localizada a aproximadamente 470 metros de altitude, na Serra do Barata, a Pedra do Osso é um grande monólito de rocha que lembra um "osso" que se equilibra em pé, em uma pequena base, causando admiração e espanto para quem passa pelo local. Após breve parada para fotos, o grupo seguiu em direção a Pedra Jesus Vem. A partir dali, foi preciso descer pelo trecho "escalaminhoso" até retornar a trilha original e seguir contornando a Pedra Jesus Vem por trás, onde a partir daí, foi preciso subir em um cabo de aço preso junto a uma fenda rochosa (escalada de nível fácil). Um a um, o grupo foi subindo, e, transpondo esse obstáculo, chegaram ao topo da Pedra Jesus Vem.
Localizada a 518m de altitude, também na Serra do Barata, a Pedra Jesus Vem leva esse nome em decorrência da inscrição "Jesus Vem", feita em sua maior face com letras grandes de mais de 3m de altura. Essa pedra está apoiada em um grande bloco rochoso de 130 m de largura com 100 m de altura, formando uma interessante parede vertical, que é conhecida como o Muro das Lamentações. Em seu topo, foi possível todo o grupo apreciar, do lado norte e oeste, uma vista panorâmica de todo o Setor Piraquara do PEPB, além dos bairros de Realengo e Bangu. No lado sul e leste da Pedra, também é possível observar mais longe, de forma parcial, os bairros da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, e o maciço do Parque Nacional da Tijuca, tendo destaque a Pedra da Gávea e o Pico da Tijuca.
Henrique Mendes e todo o grupo na base da Pedra do Osso
Todo o grupo no topo da Pedra Jesus Vem
Vista panorâmica do alto da Pedra Jesus Vem
Grupo descendo a Pedra Jesus Vem
Após descanso e apreciação da paisagem, foi preciso novamente descer pelo cabo de aço, para sair da pedra e seguir de retorno ao Sítio do Falcão, tendo cumprida uma parte de toda a travessia.
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UMA FESTA SURPRESA
Durante os dias anteriores a data do evento, o grupo participante combinou via Whatsapp, de realizar uma comemoração surpresa em homenagem a um dos colaboradores do FOME DE TRILHA, Alan Gerarde. A comemoração seria em homenagem ao seu aniversário e também ao seu último dia guiando eventos do FOME DE TRILHA, que seria justamente este evento realizado no dia 23/10, do qual deu (e continuará dando) todo apoio a Verinha Cario, na condução de todo o grupo. O grupo durante a semana se organizou, tendo combinado a cada um, levar algo para comer e beber, e chegado o dia do evento, durante o percurso (sem que o próprio Alan soubesse), o grupo em unanimidade, resolveu realizar a comemoração no Sítio do Falcão, após retornarem das Pedras do Osso e Jesus Vem. E retornando ao sítio, o grupo se reuniu e todos ao redor da mesa farta de bolos, sanduíches e sucos, festejaram e parabenizaram nosso querido e colaborador do FOME DE TRILHA, pela sua extensa dedicação e presteza, seja realizando os eventos nos lugares mais bonitos e pouco conhecidos de nossa cidade, inclusive do próprio PEPB, seja também nos trabalhos de manejo e sinalização da Trilha Transcarioca do qual trabalhou intensamente, colaborando para que este projeto tornar-se (e tornou-se) realidade, seja também nos recentes trabalhos de reflorestamento e recuperação das áreas desmatadas do PEPB (e inclusive nos trabalhos de aceiro feito na Serra do Barata, com a intenção de evitar a propagação de possíveis incêndios que assolam a região), e também por ser querido e apreciado por muitos pela sua amizade e companheirismo. E diante disso, o FOME DE TRILHA dedicou aquele momento (e a este espaço dentro deste relato) para mais uma vez, agradecer-lhe pela ajuda em manter este grupo de trilhas e parabenizar por mais um ano de vida, desejando que muitas coisas boas possam surgir em sua vida daqui em diante. FELICIDADES!
Alan Gerarde (de amarelo) foi o parabenizado pelo aniversário e pelo seu belo e grande trabalho junto ao FOME DE TRILHA... PARABÉNS!
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Após a festa surpresa, o grupo se despediu do proprietário do Sítio e seguiram em continuação ao restante da travessia. Desde a entrada do parque, havia-se percorrido aproximadamente 2,9 km e ainda faltariam mais uns 2,5 km até chegar ao segundo ponto de parada, que seria a Pedra Rachada. O caminho até ao local segue com pouquíssimas subidas e descidas, quase um caminho plano, em área descampada com um matagal mais alto que encontrado na subida para o Jesus Vem, mas nada que causasse dificuldade do grupo em percorrê-la. Por ser área descampada, quase todo o trajeto era possível ter vista panorâmica para o bairro de Realengo e bairros adjacentes. O caminho também cruza por algumas torres de alta tensão, tanto da Light quanto da Furnas (e boa parte destas torres também são vistas no decorrer da travessia até o final dela, no Catonho), e após alguns kms, o grupo chega a Pedra Rachada, interessante bloco rochoso, localizada a 310m de altitude, com o seu formato arredondado e com uma imensa rachadura ao meio, onde é possível atravessá-la e até mesmo por ela, subir em seu ponto mais alto, por uma "chaminé" (e há 2 vias de escaladas, segundo informações da FEMERJ: Clique aqui!).
A caminho para a Pedra Rachada
A caminho para a Pedra Rachada
A caminho para a Pedra Rachada
Chegada a Pedra Rachada, na vertente oposta a Realengo
Interior da rachadura da Pedra Rachada
Grupo reunido em frente a Pedra Rachada
Pedra Rachada, na vertente virada para Realengo (notem a interessante rachadura que parte a pedra do meio)
A partir deste ponto, o grupo seguiu por trilha que descia uns 200m, até chegar a uma estrada de terra, rodeada por pequenos sítios, trazendo um ambiente bucólico e rural, tipicamente interiorana, algo inimaginável de se encontrar, dentro de uma metrópole populosa como o Rio de Janeiro. Após 800m de caminhada a frente, o grupo chegou a Estrada dos Teixeiras (estrada que liga as localidades de Santa Maria e Boiúna em Jacarepaguá até a comunidade do Nogueira em Realengo), e 400m mais a frente, o grupo seguiu a esquerda em mais uma trilha, sinalizada pela Trilha Transcarioca, que sobe em direção a Serra do Engenho Velho, a caminho do Catonho. Após encarar uma forte subida e seguir em caminho plano, cumeando pelo morro em área descampada, o grupo chega a um outro mirante chamado Mirante da Torre. O local leva esse nome por conta de uma pequena torre instalada no alto da serra, onde há duas placas direcionais colocadas ali pelos voluntários da Trilha Transcarioca, que indicam a direção para a Estrada dos Teixeiras e Estrada do Catonho, o que também já indicava a metade da travessia já percorrida.
Caminhando por sítios em área bucolicamente rural
Subindo a trilha em direção a Serra do Engenho Velho
Localidade de Santa Maria e Boiúna, vista do alto da Serra do Engenho Velho
Realengo, vista do alto da Serra do Engenho Velho
Em direção ao Mirante da Torre
Mirante da Torre
Após breve descanso, o grupo seguiu por trilha em área descampada, cumeando a Serra do Engenho Velho, tendo em seu redor, toda a vista panorâmica de Jacarepaguá de um lado e Realengo do outro lado e mais alguns metros a frente, a trilha descia mais 150m em direção a um vale com fragmento de floresta de mata atlântica, e em seguia, a trilha subia mais 150m em área descampada, até chegarem a um outro ponto de parada, que era em um clube campestre abandonado. Lembrando também que neste trecho, há sinalização da Trilha Transcarioca, porém, outra marcação em rochas indica presença de passagem de motociclistas no mesmo local, então, recomenda-se atenção ao percorrer este trecho pois há possibilidades de se esbarrar com algum deles pelo caminho. Após breve parada, o grupo continuou a caminhada, ainda seguindo pela Serra do Engenho Velho, o caminho oscilava em leves declives a moderados aclives, sempre cumeando a serra, em área descampada com alguns trechos de fragmentos de mata atlântica.
Grupo descansando em frente a um antigo clube campestre
Mais 2 kms a frente, o grupo chega a um outro mirante, do qual já era possível observar de longe, o Maciço da Pedra Branca com a Serra do Barata e as Pedras Jesus Vem e Rachada, de onde o grupo partiu, e também vista panorâmica na vertente norte, para os bairros de Magalhães Bastos, Vila Militar, Deodoro, Jardim Sulacap (incluindo o cemitério Jardim da Saudade), a Via-expressa Transolímpica (que liga Deodoro ao Recreio dos Bandeirantes), na vertente sul para os bairros de Jacarepaguá, Taquara, Tanque, Recreio dos Bandeirantes e na vertente leste, o Maciço do Parque Nacional da Tijuca, com algumas nuvens cobrindo a Pedra da Gávea e o Pico da Tijuca.
Após breve descanso, o grupo seguiu em trilha que desce uns 50m e sobe mais 100m, chegando a mais um mirante localizada a uns 310m de altitude (a parte mais alta da Serra do Engenho Velho) embaixo de uma torre de alta tensão, do qual além de ter vista para os mesmos locais citados anteriormente, também era possível avistar os Dois Irmãos de Jacarepaguá (também conhecida como a "Águia Caída"), e após breve descanso, o grupo seguiu em trilha com descida contínua, descendo mais de 250m, até chegar em um trecho mais plano onde já era possível ouvir o barulho intenso dos automóveis transitando pela Estrada do Catonho. E caminhando mais a frente, o grupo chegou ao seu último destino para finalizar a travessia com chave de ouro: a travessia do Aqueduto do Catonho.
Vista panorâmica para os bairros de Jardim Sulacap, Magalhães Bastos e a via-expressa Transolímpica
Vista panorâmica de Jacarepaguá, com a via-expressa Transolímpica e o Morro Dois Irmãos de Jacarepaguá (ou Águia-caída)
Vista panorâmica de Jacarepaguá e ao fundo, o maciço do Parque Nacional da Tijuca e seus picos cobertos pelas nuvens
Descida da trilha em direção ao Catonho
O grupo teve um certo trabalho para subir neste aqueduto, pois o caminho até ele passa por baixo dele, em um terreno bastante arenoso com muitos arbustos com plantas espinhosas, e após superadas estes pequenos obstáculos, o grupo atravessou o aqueduto, passando por cima da Estrada do Catonho, e após a travessia deste aqueduto, o grupo ainda teve que descer em uma trilha de mata fechada, em local úmido e pantanoso, localizada no finalzinho do aqueduto e depois a trilha se abre, tornando-se uma estradinha de terra que finaliza na estrada do Catonho, em Jardim Sulacap. E assim finalizou-se com sucesso mais uma travessia do FOME DE TRILHA... E que venham as próximas!
Estrada do Catonho e ao fundo, o bairro do Tanque, vista do alto do Aqueduto do Catonho
Grupo reunido no alto do Aqueduto do Catonho
Grupo reunido no alto do Aqueduto do Catonho
Travessia do Aqueduto do Catonho
Travessia do Aqueduto do Catonho
Estrada do Catonho e o Aqueduto mais a frente
Texto: Ricardo D. Santos (relato e edição)
Fotos: Ricardo D. Santos e Henrique Mendes
* Observações: Foram 25 integrantes presentes na travessia, entretanto, houve mais um integrante que alcançou o grupo na subida para a Pedra do Osso/Jesus Vem, e permaneceu até o final da festa surpresa no Sítio do Falcão, retornando este de volta a Sede Piraquara do PEPB, enquanto o restante do grupo seguiu adiante na travessia!
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