Pernoite no MORRO DO QUEIMADO (Travessia ALTO DA BOA VISTA x HORTO FLORESTAL)

O FOME DE TRILHA realizou em 29/10/2016 o Pernoite no MORRO DO QUEIMADO, com Henrique Mendes. Inicialmente o evento seria Pernoite na PEDRA DA PROA, mas houve mudança de última hora durante o percurso (no decorrer do relato está descrito o motivo). O grupo composto por 10 integrantes se reuniu num posto de combustíveis localizada na Rua Boa Vista, no bairro do Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, partindo do local por volta das 23:40 do dia 29, passando pelo Morro da Boa Vista, parada de pernoite no Morro do Queimado, passagem pela Pedra da Proa, Alto do Pai Ricardo, Mesa do Imperador, Vista Chinesa, terminando na manhã do dia seguinte (dia 30) na entrada do Horto Florestal, na Rua Pacheco Leão, em Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Toda a travessia (incluindo o pernoite) teve duração de 10h05 num percurso feito em 10,18 km.

Registro da travessia via GPS no Wikiloc: 

http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=15317384

Galera reunida no início da travessia

Nos 500 metros iniciais, o grupo seguiu caminhando pela Rua Amado Nervo e Estrada do Redentor, até a entrada da trilha. O início da trilha é marcada por uma escadaria, seguida de uma subida bastante íngreme que durou uns 20 minutos. A partir daí, até a primeira parada que seria no Morro do Queimado, a trilha possui ótima orientação e encontra-se toda manejada e sinalizada pela Trilha Transcarioca, tendo toda sua extensão coberta de vegetação, com alguns trechos abertos onde era possível ter visão panorâmica parcial ou total de alguns pontos do Parque Nacional da Tijuca como também alguns bairros da zona sul e zona norte do Rio de Janeiro. 

Nos 3 km iniciais, o grupo seguiu em trilha de leve subida porém constante, até chegarem ao Morro da Boa Vista (712 m). A partir desse ponto, a trilha seguia em leve descida (uns 60 metros aproximados) e e em seguida, subia novamente, até a chegada de um outro mirante, com vertente virada para o Pico da Tijuca (com seu cume já coberto por nuvens) e alguns bairros da zona norte. Seguindo alguns metros a frente, o grupo chegou ao Morro do Queimado (714 m), após 3 longas horas de caminhada em meio a escuridão da mata. 

Cume do Morro do Queimado

Conforme a descrição do evento, estava planejada um pernoite na Pedra da Proa, que estaria localizada uns 200 metros a frente do Morro do Queimado, entretanto, todo o grupo decidiu permanecer ali mesmo, pois o local descortinava aos olhos de todos, um visual deslumbrante, mesmo a noite, onde era possível observar grande parte da zona norte e zona sul do Rio de Janeiro, com toda sua iluminação e alguns sons típicos dos finais de semana das noites cariocas, assim como também, mais distantes, as cidades de Niterói e Duque de Caxias. Dali também era possível identificar alguns cartões-postais da cidade como o Pão de Açucar, a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Corcovado, com o Cristo Redentor. Apesar do tempo nublado, não havia neblinas que dificultasse a visão panorâmica de lá do cume, e apesar do solo úmido e do frio, não houve ocorrência de chuvas que pudesse atrapalhar o andamento do evento e o conforto de todo grupo, todos acomodados em seus agasalhos, alguns com cobertas, para observarem o amanhecer na cidade maravilhosa.

Zona Sul, vista do alto do Morro do Queimado

Zona Norte, vista do alto do Morro do Queimado

Amanhecer no alto do Morro do Queimado

Amanhecer no alto do Morro do Queimado

Amanhecer no alto do Morro do Queimado

Amanhecer no alto do Morro do Queimado

Amanhecer no alto do Morro do Queimado

Por volta das 05:30 da manhã, um espesso nevoeiro começou a surgir, cobrindo aos poucos, todo o visual que se apresentava naquele local. Em seguida, uma fina garoagem começou a cair, e assim permaneceu até por volta das 06:00, quando a garoa cessou e todo aquele nevoeiro começou a dissipar-se, abrindo novamente todo o visual da cidade em um belíssimo amanhecer nublado de domingo. Apesar do sol não ter surgido em nenhum momento, todo aquele visual fantástico rendeu ótimas fotos, registradas pelos participantes, e as 07:00 da manhã, todo o grupo seguiu em direção a Pedra da Proa, localizada mais a frente, em um curto trecho de trilha mais íngreme com alguns lances de "trepa-pedras".

A Pedra da Proa (633 m) é uma rocha no formato de "proa", do qual forma um mirante natural, onde é possível ter a mesma vista panorâmica mostrada no cume do Morro do Queimado, porém, com a vertente voltada somente para a zona sul, tendo a frente a vista de toda a orla de Ipanema e Leblon e o Morro Dois Irmãos. Na descida desta trilha, a frente, também era possível observar o Morro do Cochrane, Pedra da Gávea e Pedra Bonita, estes dois últimos já cobertos com neblina, em decorrência do mau tempo. 

Pedra da Proa

Vista do alto da Pedra da Proa

Grupo no alto da Pedra da Proa

Após alguns minutos de fotos, o grupo continuou a descida, íngreme e com "trepa-pedras", do qual foi preciso atenção, pois o caminho estava úmido em decorrência de algumas garoas que caiam vez ou outra. Após a descida íngreme, a trilha seguia em leve subida até a chegada ao Alto do Pai Ricardo (622 m) e logo após, a trilha seguia em descida contínua até a chegada de uma bifurcação em terreno mais plano, onde o grupo seguiu a direita em direção a Mesa do Imperador. A partir daí, o grupo seguiu em um caminho de trilha mais larga, e mais alguns metros a frente, a trilha se transforma em escadarias de pedras que dão acesso a Mesa do Imperador, local onde o imperador do Brasil, Dom Pedro II, recebia nobres e burgueses para almoços na floresta durante o século XVII.

Grupo na Mesa do Imperador

Após breve descanso e fotos do local, o grupo seguiu, agora por estrada de asfalto (Estrada da Vista Chinesa), e após 1,3 km de caminhada, o grupo chega ao Mirante da Vista Chinesa, outro local belíssimo que mostra um panorama visual da cidade do Rio de Janeiro com destaque para as montanhas do Corcovado, Pão de Açúcar e Morro Dois Irmãos, porém, devido ao mau tempo e com chuva fina ocasional, pouca coisa era possível de se ver daquele mirante. Após alguns minutos de descanso, o grupo continuou a descida pelo asfalto, até seu trecho final na entrada do Horto Florestal do Parque Nacional da Tijuca, concluindo assim, mais um evento do FOME DE TRILHA!

Vista Chinesa

Final de trilha!

Texto: Ricardo D. Santos (relato e edição)
Fotos: Ricardo D. Santos, Henrique Mendes e Willian Macêna