Travessia PAU DA FOME X VARGEM GRANDE (via PEDRA DO QUILOMBO / AÇUDE CAMORIM)


O FOME DE TRILHA realizou em 27/11/2016 a Travessia PAU DA FOME x VARGEM GRANDE (via PEDRA DO QUILOMBO e AÇUDE DO CAMORIM), com Henrique Mendes e mais 26 amigos, tendo Iarle Cordeiro no apoio, atravessando 3 setores do PEPB (Pau da Fome/Camorim/Vargem Grande). O grupo iniciou a travessia por volta das 9h20 a partir da entrada do Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), setor Pau da Fome, no final da Estrada do Pau da Fome em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, passando pela Pedra do Quilombo, Alto das Laranjeiras, Jardim das Bromélias, Açude Camorim, Vale do Sacarrão, Caminho do Sacarrão Pequeno, Cachoeira do Sacarrão e terminando na Estrada do Sacarrão em Vargem Grande, Rio de Janeiro, completando 13,72 km de percurso, realizados em 8h36. No Açude do Camorim, dos 26 integrantes, 4 abortaram a travessia, finalizando-a com 22 integrantes.


No trecho inicial até a Pedra do Quilombo, toda sinalização direcional encontra-se propositadamente apagada (este problema também foi citado em eventos anteriores do FOME DE TRILHA realizados nesta localidade, e também relatada na Trilha para PEDRA DO PONTO, que também foi realizada na data do dia 27/11). Nos 2,5 kms até a última bifurcação para acesso a Pedra do Quilombo, a trilha seguia em leve aclive, com alguns zigue-zagues, algumas áreas descampadas, bananais e alguns mirantes onde era possível observar parcialmente a Baixada de Jacarepaguá e seus bairros. Após esta bifurcação, a trilha torna-se mais íngreme, sendo necessária a ajuda das mãos, e após transpôr este trecho, o grupo teve de atravessar uma passagem horizontal, onde haviam alguns cabos de aço presos na rocha, para evitar a passagem em terreno frágil, e em seguida, após o grupo subir em um pequeno trecho de escalaminhada, chegaram a Pedra do Quilombo.

Situada a 735 m de altitude, a Pedra do Quilombo possui um visual panorâmico de toda a Zona Oeste da cidade, onde é possível apreciar grande parte do próprio Maciço da Pedra Branca com destaque para os picos mais próximos, como o da Pedra Branca e o Morro da Bandeira. Pode-se, ainda, admirar as montanhas da Floresta da Tijuca, além de toda a Baixada de Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Campo dos Afonsos, além também de poder ver mais ao fundo do horizonte, parte da Baía de Guanabara e a silhueta da cadeia de montanhas que compõe a Serra dos Órgãos. O tempo aberto com poucas nuvens favoreceu bastante o grupo de poderem apreciar esse belíssimo visual, apesar do sol forte.

No alto da Pedra do Quilombo

Após 50 minutos de descanso, interação e fotos, o grupo partiu da Pedra do Quilombo, descendo pelo mesmo caminho de escalaminhada e pelos cabos de aço até o retorno para a bifurcação citada anteriormente, sendo que, desta vez, o grupo se direcionou para sentido oeste da trilha, em direção ao Camorim. A partir daí, a trilha começa em leve descida para depois uma contínua subida, até a chegada ao Alto das Laranjeiras (618m) que marca a divisa dos dois setores do PEPB (Pau da Fome/Camorim), e após este local, a trilha seguia em declive, no sentido sul, com alguns zigue-zagues e difícil orientação por conta da vegetação fechada que cobria parcialmente o caminho.



Após longa descida, o grupo chega ao Jardim das Bromélias, que encontra-se na mesma cota de altitude do Açude do Camorim. Quase chegando ao açude, após passar pelo Jardim das Bromélias, o grupo cruzou um riacho e, após esse ponto, a vegetação foi aos poucos mudando, passando de altas e frondosas árvores para vegetação típica de áreas alagadas de pequeno porte. Em pouco tempo, o grupo atingiu a ponta norte do açude, contornando-a até a chegada ao mirante na ponta sul, um descampado onde é possível observar toda a extensão do açude, sendo que neste curto caminho, já era possível observar parcialmente o açude ao lado esquerdo.

Localizada entre as Serras do Quilombo, do Nogueira e do Sacarrão, o Açude do Camorim possui uma área de 210 mil m³ e profundidade de 18 m, 436 m acima do nível do mar, tem cerca de um quarto do tamanho da Lagoa Rodrigo de Freitas. Um dos mais belos recantos da cidade, este açude não é natural: foi planejado pelo engenheiro Sampaio Corrêa e construído por outro engenheiro, Henrique de Novaes, em 1908, para abastecimento de água na região, e até os dias atuais, o açude ainda abastece uma parte da região e se transformou num dos recantos mais bonitos e bucólicos de todo o PEPB. Próximo às margens, há uma pedra que vira uma pequena ilha quando as águas estão baixas, um ótimo local para apreciar toda a beleza à volta. Nesse mesmo trecho existem outras ruínas históricas, muros de pedra e escombros da represa original, além de uma torre caída.

Açude do Camorim

Por volta das 15h, o grupo resolveu partir do Açude do Camorim em direção a Vargem Grande, entretanto, 4 pessoas do grupo resolveram partir dali em direção a saída do parque, no Camorim e o restante prosseguiu na travessia. A partir deste ponto, a trilha atravessa a vertente mais preservada do PEPB, além também de estar toda sinalizada com os símbolos da Trilha Transcarioca. Até o alto do Morro do Sacarrão, a trilha margeia um riacho que deságua no Açude Camorim, e ainda antes de chegar ao ponto máximo do morro, a trilha se afasta deste riacho, seguindo em direção ao vale formado pela encontra do Pico do Sacarrão e Morro do Peri. O grupo passou também por belíssimas e frondosas Figueiras com sua raízes gigantescas que chamam a atenção, tendo destaque a "Figueira gêmea" por conta de ser dois troncos numa única raiz... a beleza da natureza é de impressionar!


Após a última figueira, o grupo seguiu numa trilha onde a mesma cruzava um riacho e após, seguia em sentido sudoeste, alcançando um "ponto de sela", marcando ali o divisor dos setores do PEPB (Camorim/Vargem Grande), há uns quase 500 m de altitude. Logo após este ponto de sela, o grupo seguiu numa trilha onde a mesma segue em declive íngreme em zigue-zague, por cerca de 20 a 30 minutos, até a chegada ao Rio do Sacarrão, onde a trilha acompanhava o leito deste rio e a inclinação diminuia. Pouco depois, o grupo atravessou mais um riacho e a trilha bem mais marcada a partir daí, se transforma em uma estradinha de terra, conhecida como "Caminho do Sacarrão Pequeno". 



Por volta das 16h30, o grupo chegou as Cachoeiras do Sacarrão, onde o grupo pôde aproveitar mais algum tempo, e em seguida, partiram em direção ao término da travessia, já na Estrada do Sacarrão, em Vargem Grande, por volta das 17h30, finalizando assim mais um evento do FOME DE TRILHA!



Na cachoeira do Sacarrão


Texto: Henrique Mendes (relato) e Ricardo D. Santos (edição)
Fotos: Henrique Mendes

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