Travessia PAU DA FOME x RIO DA PRATA (via ALTO DO MANGALARGA)


O FOME DE TRILHA realizou neste último sábado (22/04/2017) a Travessia PAU DA FOME x RIO DA PRATA (via ALTO DO MANGALARGA), com Henrique Mendes e mais 13 famintos. O grupo deu início a caminhada a partir da entrada do PEPB, na sede Pau da Fome, por volta das 09h00, seguindo aproximadamente 4 km de trilha até a primeira parada que seria a Casa Amarela. Lembrando que, da Casa Amarela até os km finais próximos ao Rio da Prata, pertencem ao Trecho 5 da TRILHA TRANSCARIOCA.

Entrada do PEPB no Pau da Fome
Entrada do PEPB no Pau da Fome

A trilha até a Casa Amarela é toda em leve a moderado aclíve, com boa sinalização e cruzando três leitos de rios no caminho. A partir do último leito de rio, a trilha com forte subida, alterando alguns trechos em zigue-zagues, tornando-o o mais cansativo desta travessia. 

Nota do autor: "Como cheguei ao local com atraso, iniciei a caminhada do mesmo ponto as 09h45 e alcancei o grupo na Casa Amarela as 10h50, percorrendo a trilha debaixo de muita chuva." (risos)

Trilha em direção a Casa Amarela
Um dos riachos que a trilha cruza, a caminho da Casa Amarela

Construída por volta de 1920 para ser sede do antigo sítio Santa Bárbara, a Casa Amarela encontra-se no coração do PEPB, e é ponto de parada de trilheiros, caminhantes, excursionistas e ecoturistas que circulam pelo local, pois é ali que as trilhas vindas de Rio da Prata, de Vargem Grande, de Pau da Fome e de Camorim se bifurcam. 

Entrada da Casa Amarela
Arredores da Casa Amarela

O grupo permaneceu no local durante algum tempo, e em seguida, partiram rumo ao Rio da Prata, caminhando 500 metros pela trilha até a bifurcação que direciona à direita, ao Pico da Pedra Branca (o maior pico do município do Rio, com seus 1025 m de altitude). Da Casa Amarela até esta bifurcação, a trilha sobe pouco, onde era possível observar, no percurso, os resquícios de calçamentos de grandes blocos de pedras (conhecidos como "pés-de-moleque").

Casa Amarela 
Casa Amarela

Após a bifurcação, o grupo percorreu mais 1,8 km a frente, onde a trilha seguia em caminho reto ate leve declíve, em trecho razoavelmente fechado pela exuberante Mata Atlântica, cruzando dois leitos de rios, até chegarem a uma outra bifurcação que direciona à esquerda ao Alto do Mangalarga, tendo como ponto de referência, um casebre abandonado e em ruínas. O grupo seguiu à esquerda, caminhando por alguns metros até chegar ao Alto do Mangalarga.

A caminho do Mangalarga 
Belos riacho no caminho
Na trilha, a caminho do Alto do Mangalarga 
Antigo casebre que marca a entrada para o Alto do Mangalarga

Com seus 774 m de altitude, o ALTO DO MANGALARGA possibilita o caminhante a ter uma vista privilegiada em 360 graus, tornando um dos mirantes mais belos de todo o PEPB. Dali é possível observar à leste, a ponta da Pedra do Quilombo, o Morro de Santa Bárbara e, ao fundo, a Floresta da Tijuca; ao sul/sudoeste, o bairro do Recreio dos Bandeirantes, a Serra Geral de Guaratiba e também parcialmente, o bairro de Campo Grande; ao norte/noroeste, o Maciço da Pedra Branca com o Pico da Independência em primeiro plano. Infelizmente, devido ao mau tempo e a forte neblina, não foi possível observar nada disso, além de alguns belos e exóticos pinheiros espalhados pelo local, que dava um "ar bucólico e montanhoso" típicos de regiões serranas de climas sub-tropicais, embora estávamos apenas em um Unidade de Conservação situada dentro de uma grande metrópole urbana localizada em clima tropical.

Alto do Mangalarga 
Alto do Mangalarga 
Alto do Mangalarga

Alto do Mangalarga

Sem poderem ver nada além de neblina, pinheiros, formigueiros e algumas vespas, o grupo retornou pelo mesmo caminho, de volta a bifurcação anterior e seguiram em frente, rumo ao Rio da Prata. A partir daí, mais a frente, o grupo se deparou à direita com uma pequena e interessante gruta, com uma entrada oval que dá acesso a um salão de 3 metros. Alguns do grupo se aventuraram a adentrar a caverna e notaram umidade no chão e alguns pequenos morcegos no teto. 

Exuberante mata-atlântica presente em quase todo o trecho deste setor do parque
Gruta 
A belíssima flora presente do PEPB 
Vertente de Campo Grande, vista da trilha em direção a Rio da Prata

Após alguns minutos de descanso e fotos, o grupo seguiu pela trilha, que por sua vez, descia levemente, atravessando densa mata de árvores grande e frondosas alternando com algumas arbustivas, típicas de mata-atlântica, onde em alguns trechos, a mata se abria, possibilitando ver belas paisagens, mesmo que parcialmente. Neste mesmo instante em que o grupo avançava pela trilha, o tempo que antes estava encoberto por densa neblina, foi se abrindo aos poucos, podendo observar um céu parcialmente azul, e juntamente, a aparição de alguns morros e picos que ali era possível observar, e qual foi a frustração do grupo ao notarem que o Alto do Mangalarga, antes totalmente coberto pelas nuvens, surgiu belo e imponente, com seus exóticos pinheiros em sua volta.


Conforme o grupo caminhava trilha a frente, a vegetação no entorno tornava-se menos densa, e o horizonte a frente se abria, onde era possível observar (bastante encoberto por nuvens), o bairro de Campo Grande e alguns morros e serras do próprio parque e do maciço de Gericinó (Mendanha). A partir daí, a trilha se torna mais larga e bem óbvia, cruzando algumas porteiras e bifurcações que se direcionavam a alguns casebres de sitiantes locais. 


Após quase 2 km de caminhada, o grupo decide dar uma parada para descanso, na casa de um dos sitiantes locais que vivem no interior do PEPB, chamado "Seu Elias". Foi notado por todos que em volta da casa de Seu Elias, haviam diversos pomares repletos de Caquis, e algumas outras árvores frutíferas como bananas e jacas. Seu Elias e sua esposa receberam todo o grupo com toda a alegria e simplicidade típica de quem vive em meio a natureza e longe dos burburios da metrópole, deram alguns caquis e pegaram duas jacas das quais foram cortadas e divididas com todo o grupo, para que pudessem degustar as delícias das frutas plantadas e colhidas naquela região.


Após alguns minutos de descanso e de degustações frutíferas, o grupo seguiu por mais alguns metros, descendo por trilha bem lameada e escorregadia devido as chuvas que caíram nas últimas horas e também pela passagem de motociclistas no local, atividade proibida, mas que infelizmente, é prática comum em algumas partes do PEPB. Mais 800 metros à frente, o grupo chega ao um interessante, gigantesco e imponente Jequitibá. A partir dali, o caminho segue à direita, descendo continuadamente agora por uma estradinha precária e cheias de pedras no caminho, e claro, muito escorregadia por conta das chuvas, e notadamente, ao longo do percurso, diversos pomares de Caquis.

A caminho do Rio da Prata
Jequitibá centenário 
Cachoeira do Engenho 
A caminho do Rio da Prata

Mais 1,5 km a frente, o grupo chega a Cachoeira do Engenho, formada pelas águas do Rio dos Caboclos, com uma queda d'agua bem convidativa para um banho, que formava uma pequena piscina natural rasa. Apesar do cansaço, só dois do grupo foram se refrescar nas águas dessa cachoeira. Após alguns minutos de descanso e banho, o grupo seguiu em direção ao Rio da Prata. O caminho até lá é todo feito em estrada de terra precária, onde no entorno, a vegetação alternava entre bananeiras e pomares repletos de Caquis e alguns casebres. 


Mais um 1 km a frente, havia uma bifurcação formada também por uma estrada de terra, que seguia à sudoeste, que é a continuidade da Trilha Transcarioca (que segue em direção ao Alto da Capelinha e Cabungui, formando o Trecho 4: Cabungui x Rio da Prata), enquanto que o caminho a frente, é considerado o "braço de saída" da Transcarioca em direção ao Rio da Prata, e é por onde o grupo seguiu para finalizar a travessia 1 km após, já na guarita da entrada da sub-sede Rio da Prata do PEPB.

Guarita de entrada da sub-sede Rio da Prata do PEPB
Guarita de entrada da sub-sede Rio da Prata do PEPB


Texto: Ricardo D. Santos (relato e edição)
Fotos: Ricardo D. Santos e Henrique Mendes

Comentários

  1. Ótimo relato, muito bem detalhado, queria ter tido o privilégio de acompanhado esse grupo nessa travessia. Hoje eu saí do Rio da Prata com o intuito de chegar até o Jequitibá passando pela cachoeira, mas não encontrei, pegamos um caminho errado. Por acaso você teria o mapa desse caminho, ou saberia me dizer como chegar a partir do Rio da prata?

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